domingo, 31 de agosto de 2008

Saudades





Nos preparativos para as minhas curtas férias na aldeia da Luz, e na explicação que tive que dar aos meus filhos sobre as festas da aldeia, encontrei estas fotos entre outras.


Aqui a nova Aldeia da Luz!

Mas onde estão estes pontos de referência que todos conheciam?
Na há árvores, hortas, barranco das hortas, barranco do Caneiro, poço novo, poço do Hilário, fonte santa, vadelinhos, cabeça alta, pinheiros bravos, tapada das vacas e tudo o resto.
Como se vê agora temos uma aldeia bonita por fora mas sem alma e monótona.
Depois destes anos de Alqueva continuo a ter saudades da Aldeia Velha, mas para interesses de alguns, muitos ficaram a perder, quase todos.


José F.F. Baião: # Lousa Clube Gourmet

Rôlhas


A rôlha e um elemento fundamental, no envelhecimento do vinho.
Nos últimos tempos têm surgido rumores que a rôlha tinha os dias contados, pois na Austrália e Nova Zelândia 70% dos vinhos engarrafados tem cápsula de rosca.
Agora descobriram que as cápsulas de rosca contêm elementos câncerigenos, e todos procuram a rôlha.
Mais uma vez a natureza venceu e a nossa rolhinha de cortiça e hoje bastante procurada.
Isto a propósito das minhas rolhas, que guardo religiosamente sempre que bebo um vinho que me impressiona e do qual não me quero despedir com a última pinga.
Vendo com atenção esta foto, podemos ver muitos dos vinhos magníficos que já tive o prazêr de beber e saborear, sempre em casa com amigos ou quando tenho um bom dia, sozinho, para me dedicar ao que é mais importante, o vinho.
As rolhas são dem dúvida algo que nunca deveria acabar, mas atenção, para isso, temos que plantar sobreiros, o sobreiro precisa de 30 anos para dar a primeira camada de cortiça de qualidade. Vamos preservar e cuidar dos nossos velhos, médios e novos sobreiros, eles vão fazer muita falta no futuro.
As rolhas que eu guardo são um copo de recordações, ainda bem que há rolha de cortiça.
José F. F. Baião # Lousa Clube Gourmet

sábado, 30 de agosto de 2008

Vidigueira Antão Vaz branco 2007


Dia de jogo na Luz, hoje vêm cá os Andrades, espero uma vitória do SLB. A minha confiança é tanta, que decidi abrir uma garrafa de branco com % Vol. alc. moderado.
Para poder festejar mais tarde, com um bom tinto e dormir descansado ou beber um bagaço para esquecer a derrota.
Bom já falámos do Antão Vaz da Vidigueira. Nesta região nascem sem duvido os brancos a base de Antão Vaz, mais sólidos do Alentejo. Paulo Laureano tambem sabe, por isso comprou uma propriedade na Vidigueira, e já tem no mercado bons brancos da Vidigueira.
Vila dos Gamas, Antão Vaz, branco 2007.
Está a refrescar, depois conto como foi. Mas atenção não beber muito frio 10-12 ºC, não gelado.
Bom é intervalo e acho que vou beber bagaço! Vamos vêr o que diz a segunda parte.
O Vila dos Gamas já não me sabe a nada, é só azía. Depois conto como foi.
Foi mau, empate em casa, mas salvou-me o Vila dos Gamas. Belo frutado, melão maduro, caroço de fruto, algum mineral e bons aromas citrinos, gostei mais do vinho que do jogo.
José F.F. Baião # Lousa Clube Gourmet

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O meu Guadiana







Quem se recorda do moinho dos Cereeiros?Alguns sim outro não, eu tenho bons recordações de toda a vargem do Guadiana, da Lagôa dos Colérgos, do Tarrafal, do Rabo do Açude, da Rocha dos Môços e de tudo que já não podemos mostrar aos nossos filhos. É assim, foi a barragem, nós perdemos as referências agora e só água.


Ficam os hábitos os usos e costumes, e os peixes. Sim isto tudo a prepósito de Caldo de Peixes preparado a beira do Guadiana. Receita típica das populações ribeirinhas, peixe continua a sêr pescado no Alqueva e as populações continuam a fazêr as suas caldeiradas.


A qualidade do peixe (águas correntes versus águas paradas) é bem diferente, a hortelã da ribeira, essencial no caldo de peixe, já não abunda como antes, a vargem ficou inundada pela barragem.


Açorda de peixe do rio, para 5 pessoas.


TEMPEROS 10 Dentes de alho picados,4 Barbos (peixe do rio também conhecido por Peixe Macho) 3 Cebolas, 2 Folhas de louro, 1 dl de azeite (a tapar o fundo do tacho) 1 Pimentão verde 1 Ramo de poejos e hortelã da ribeira secos1 Ramo de poejos verdes1 Lata de tomate (ou tomate maduro),Toucinho cortado em fatias q.b., ½ Linguiça cortada às rodelas, Sal q.b., Água q.b., Cilarcas (no seu tempo).


MODO DE FAZER


Primeiro frito a carne no azeite com uma cebola cortada às rodelas e alguns alhos, para deixar a açorda mais forte. Depois de frita, tiro a carne para um pratinho para se começar a comer. Esta açorda começa-se a comer antes de estar pronta!


Aproveito o molho onde fritei a carne e deito as outras cebolas, o resto dos alhos, o pimentão verde cortado aos bocadinhos e o louro. Deixo refogar. Quando a cebola “começa a chorar” (começa a alourar), junto o tomate e deito um copo de água. Já tenho o peixe arranjado (limpo e com pequenos cortes ao longo de todo o dorso) e temperado com sal. Junto o peixe e a água ao refogado e deixo cozer. Quando estiver tudo cozido, apaga-se o lume e deixa-se apurar durante os minutos.


MODO DE SERVIR


Num prato deita-se a carne já frita que se vai comendo ao longo da restante preparação da açorda. Esta carne acompanha-se com pão, azeitonas e queijo fresco e/ou queijo curado.


Migam-se as sopas para uma tigela e deita-se o caldo por cima. Numa travessa fica o peixe que será comido a acompanhar as sopas.


VARIANTES


A Açorda de Peixe do Rio pode ainda levar cilarcas cortadas em pequenos bocadinhos ou laminadas, que se deitam no refugo.


A primeira vez que fui acampar foi precisamente no Moinho dos Cerieiros, foi uma experiência fantástica, só os mosquitos não nos deixavam dormir.






José F.F. Baião # Lousa Clube Gourmet


terça-feira, 26 de agosto de 2008

A Mota, o Alentejo e os vinhos


Indo eu, indo eu, por acaso até caí, com o coice que a burra não deu, pois foi assim que começou a Aventura de algumas horas, no meu querido Alentejo.
Isto de aprender a andar de mota na minha idade, é tarefa difícil e eu até me sai bem á partida de Lisboa, mas foi algures em Pegões que ao tentar montar a mota que dei comigo a cheirar o pneu de traz da Honda, muita borracha e dor no braço esquerdo. Foi uma risada para o pessoal da terra e o amigo Armando, foi a rir até a Luz.
Têrça-feira fomos ao Alentejo provar umas pingas, onde encontramos o amigo Xico e o seu filho Luis. Foi uma rápida incursão á aldeia da Luz.
Tinhamos então uma farinheira a nossa espera e uma garrafa de Vale da Calada 2003, muita côr, alguma evolução, arôma de passas e frutos silvestres, alcatrão e ervas secas algum chocolate. Boa Xico, o vinho beneficía com o arejamento e desta vêz estava optimo.
Bebemos mais tarde um Couteiro Mor branco de 2007, muito aromático, aromas citrinos, algum fruto tropical, geleia de fruta branca. Suave e apetecivél a combinar na perfeição com umas gambas grelhadas no ponto, com ligeiro cheiro a mar, o molho, uma criação em conjunto com o Xico estava uma maravilha.
Para terminar, como não podia deixar de sêr bebemos uma Adega de Pegões, Colheita Selecionada, Branco de 2007, o nosso preferido, quando ainda o encontramos por aí.
Como sempre estava mágnifico e bebemos até a ultima gota.
Para terminar ficou ainda uma garrafa de Reguengos reserva de 2005, aberta a tomar ar e lá ficou. Espero que o Xico não a deixe arejar muito.
Nota: O Luis, tambem ele interessado em bons vinhos e boas maneiras de os servir, estava lesionado, quero dizer que não participou nas provas porque estava medicado, sei que um dia tambem vai fazer parte destas andanças.
Um grande abraço a todos.
José F.F. Baião # Lousa Clube Gourmet

Grão com Massa




Meus amigos, uma criação magnifica de manjares alentejanos, grão de bico com massa. Leve fumado do chouriço um pouco de acidez, do tomate e aquele gostinho maravilhoso do grão bem cozido. Eu sempre gostei de grão de bico, seja com bacalhao e legumes seja num jantarinho de grão com carne e feijão verde, ou como decidi fazêr aqui, refugado de cebola e alho, chouriço de boa qualidade, um pouco de barriga de porco fumada, tomate bem maduro, sem sementes e sem pele, paprica, e um ramo de salsa alentejana.

Cozer o grão com uma cebola media uma folha de louro, um alho pisado com casca.

Fazer um refogado com a cebola, alho e azeite alentejano, DOP Moura, rodelas de linguiça alentejana caseira, barriga de porco preto fumada, juntar o grão previamente cozido, a salsa e se encontrar 2 cilarcas fechadas, juntar agua suficiente para cozer 250 grs de Macarrão de boa qualidade, uma ponta de faca de caril de boa qualidade, um caldo de galinha, sal e pimenta.

Deixar ligar e emulsionar todos os igredientes, deixe levantar fervura e coza durante 15 min. Apage o lume, junte um ramo de hortelã e deixe repousar por 10 min.

Sirva com pão alentejano, cozido em forno de lenha, na zona de Beja, encontramos, sem dúvida as melhores padarias, típicas do alentejo.

Dependendo da companhia, não abra o melhor da sua garrafeira com amigos que de vinho nada percebem, não abra o que de melhor tem, eu aconcelho então, um bom branco, um bom rosé e mesmo um tinto ligeiro.

Decidi voltar a provar um dos brancos com a melhor relação qualidade/preço do Alentejo.

Couteiro Môr, branco de 2007, regional Alentejano, aroma a fruta madura de boa qualidade, fresco, amavél e sedutor, por este preço, não podemos pedir mais.

Eu descobri, tarde mas bem, os brancos alentejanos, de início, 1985-86 eu tinha alguma dficuldade com os brancos alentejanos, hoje mudei a minha ideia e adoro estes Antão Vaz's e Roupeiros do alentejo.

José F. F. Baião # Lousa Clube Gourmet